Mundo. Névoa. É aí onde vivemos. Um palco de brumas que é caracterizado pela indefinição; pela ausência de clareza, nitidez e sentido. Contudo, o homem precisou (e ainda precisa!) desenvolver seu trajeto neste pálido vapor. Para isso, deve descobrir - e ao mesmo tempo, inventar - formas e significados de modo que compreenda e se reconheça neste mundo. Mas como desvendar vultos em meio à cerração?...
É nesse instante que as palavras vêm nos socorrer. São elas que dão forma, cor e significado na palidez. Surge o sentido das coisas, a clareza. Porém, na Névoa, não escapam de serem vultos. Com certas cores, evidentemente, mas ainda vultos.
E, nesse casamento entre as palavras e a Névoa torna-se possível (e inevitável) o espetáculo: a transmutação, a transformação. Conforme nos aproximamos e nos afastamos destes vultos, eles mudam com o passar do tempo.
À guisa de exemplo, assim foi na modernidade, quando, até aquele momento, acreditávamos sermos seres independentes do reino animal. Éramos seres semi-divinos, herdeiros de Adão e Eva. Contudo, veio Darwin ao nosso encontro, aproximando-se, e até afastando-se, deste vulto que é o próprio homem. Este, então, sofreu uma transmutação que não agradou muitos olhos: o ser humano não escapa das leis naturais que regem a evolução de outras formas vivas.
Este blog tem como objetivo apresentar uma pequena parte desta Névoa onde vivemos; seguido pelos respectivos assuntos. Não para tomar tais conhecimentos como fixos, mas sim, lembrando que ainda são vultos, passíveis de transformação. Esta realizada pelas ferramentas que dispomos para intervir na Névoa: as palavras.
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