Está ventando, e cada fiapo do inverno que toca meu rosto me faz pensar que existem dois tipos de frio em nossos tempos.
Um, o frio prazeroso, o frio burguês, o qual recebe suplicas para aumentar, enquanto o mercúrio despenca para as vizinhanças do zero. Quando, na verdade, é a nossa vitória sobre ele que gera este prazer. Como o coração infla de júbilo ao derrotar esse exército, vestindo apenas uma armadura de veludo!
Outro – bem mais esquecido e desprezado –, aquele frio miserável, o qual não se tem controle. Chega e se afasta como as ondas, impregnando sem permissão as paradas dos desabrigados. Nesta guerra, o “atenuar” não existe. Mesmo que lutemos pelo calor, o frio o devora, como o Sol devora a noite.
Para um, o frio é tortura. Para outro, nada além de charme.
E, assim como tudo aquilo que é banal e esquecido, é este frio impetuoso que me preocupo.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Ventando (Filosofia)
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