O ouro simboliza a eternidade, a perfeição absoluta, o caminho para a felicidade. São palavras estranhas para um mundo capitalista onde o burguês – ou melhor dizendo, demasiado burguês – é visto com maus olhos, devido a sua fome por dinheiro e apego material. Mas, o simbolismo acima não diz respeito ao ouro material, mas sim à sua representação espiritual.
Em quase toda a sua trajetória simbólica, o ouro é atribuído à divindade. Acima de tudo, é o mais nobre dos metais e representava o deus solar, na Idade de Ouro.
Podemos ver que, na Idade Média, o fundo de alguns quadros eram de ouro, símbolo da Luz Celestial. Jesus, por exemplo, é normalmente apresentado como um homem de cabelos dourados. Não a toa, pois, no Cristianismo, o ouro simboliza o amor.
A transmutação das coisas em ouro pelos alquimistas não tem como objetivo o acúmulo de riquezas. Muito pelo contrário: é através da alquimia que eles se desprendem do mundo material.
É símbolo também dos mistérios da terra.
Já os astecas consideram o ouro excrementos dos deuses. Existe a crença de que, uma vez sonhado com ouro, este representa nada mais que excrementos.
E rei Midas? Aquele que, por ajudar o pai de Dioniso a encontrar seu caminho para casa, decide escolher como recompensa o seguinte poder: tudo que tocasse, viraria ouro. Sem dúvida, temos aí a figuração da cobiça, já que Midas não deseja decidir quando transformar as coisas em ouro: quer ouro para sempre. E com isso, fica impossibilitado de comer, deixando o suave vinho se transformar em puro ouro derretido, que periga descer por sua garganta.
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