segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O nosso tempo e a psiquê (Filosofia-Psicanálise)

      Esta palestra realizada por Maria Rita Kehl no Café Filosófico traz uma visão sobre as consequências do ritmo que tocamos nossas vidas no dia a dia.
      Vale a pena parar um pouco e ver esse vídeo na íntegra, ao menos para perceber como transformamos a nossa relação com o tempo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A vida é curta (Filosofia)

     Não! A vida não é curta. Esse clichê nada mais é do que as amarras do nosso século imediatista, forçando a nossa existência ao ritmo da tecnologia.
     Viva depressa, viva de uma vez. Viva como se fosse morrer amanhã! Para sermos mais diretos: viva, acima de tudo, sob a angústia de morrer em prol do prazer de viver.
     Não. Existe tempo o bastante para inventarmos uma história cheia de conflitos; de derrotas e vitórias; prazeres e ódios; de dias desperdiçados e dias cheios; de amores, sonhos... tudo isso cabe numa vida depressa?
     Quem se deixa atropelar por essa tal “vida curta” não deixará de lado os prazeres e as amadas tramas de um viver devagar?
     Isso é amar a vida?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Inverno (Dicionário de Símbolos)

Hefesto (Vulcano)       Se procurar significados simbólicos do inverno é se meter no  meio de uma geada na mais alta serra, em busca de objetos dourados, logo descobrimos que temos sobre as mãos mais neve e frio do que pedrinhas preciosas. Voltamos com muito pouco para mostrar.
      As estações em geral representam o ciclo da natureza e do ser humano. De modo que, o inverno é representado por um velho próximo a uma fogueira em seu leito de morte. Também é representada por um fogo na lareira. Um dos animais que a simboliza é a salamandra. O deus por excelência associado a esta estação é Hefesto (Vulcano na mitologia romana), considerado mestre nas artes do fogo.
      Dessas poucas pedras preciosas algo podemos concluir: a sensação que o inverno traz – e aqui me refiro àquele frio impetuoso que nos corta a pele – é dificilmente suportável. A maioria de suas representações se referem ao seu oposto. Enquanto que o inverno traz frio e gelo, ele é simbolicamente associado ao calor e fogo.
      O verão não deixa de ser associado aquilo que realmente representa. Apolo é seu arauto, o deus solar.
      O calor nos aquece...
      Mas o frio?! Como é difícil suportá-lo. Precisamos criar legiões simbólicas para combatê-lo: lareiras, salamandras, Vulcano!
      Se houvesse uma guerra das estações, o ser humano se esconderia antes de tudo do frio.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Por que não ajudar (Psicologia Geral)

Kitty Genovese       Muito nos perguntamos por que algumas pessoas fazem mal  a  outras. Pouco nos preocupamos das razões de alguém fazer o bem para outro. A própria atitude altruísta já é justificável por si mesma e não necessita de razões. 
      Agora, quando o ajudar e prejudicar entram em conflito – aqui me refiro a ajudar uma pessoa que está sendo severamente prejudicada por outra –, isso nos questionamos ainda menos.
     Na década de 60, uma jovem está voltando para casa, em Nova York. É madrugada, mas uma parte da vizinhança permanece acordada. Enquanto a jovem caminha pela avenida fria, quase chegando a seu apartamento, percebe de súbito que um homem está em seu encalço. Assustada, começa a correr para chegar rapidamente em casa. Mas o tal homem a alcança e a apunhala pelas costas. Gritos de socorro são soltos na madrugada. Porém, não perturbam os sonhos daqueles que estão dormindo e aqueles poucos acordados não levam a sério. Um homem consegue espantar o assassino com um grito, dando uma chance a Kitty Genovese de sobreviver. Mas nada mais é feito. Ela se arrasta pelas ruas, com a esperança de alguém salvá-la. Escuta passos se aproximando. Não, não são passos de ajuda; são daquele homem terrível que retorna e volta a apunhalá-la e estuprá-la antes de seguir seu caminho. Depois de trinta minutos de ataque, o socorro chega. Mas tarde demais... Kitty morre no caminho para o hospital. Presume-se que 12 pessoas presenciaram o assassinato!
      Após este incidente, como afirma Gazzaniga e Heathrton, psicólogos começaram a investigar mais a fundo aquele problema muito pouco questionado.
      Mas, por que não ajudar? Por que deixaram Genovese ser apunhalada até a morte durante trinta minutos?
      Explicações para este fenômeno foram elaboradas a partir de então.
      Uma delas, dando o nome de “difusão de responsabilidade”, mostra que as pessoas esperam outras manifestarem uma atitude de ajuda para aí sim tomarem uma atitude. Desse modo – veja o paradoxo! – é mais provável que uma pessoa receba ajuda com poucas pessoas em volta ao invés de muitas que apenas assistem a cena.
      Somando a isto, há um receio de cometermos erros ou parecermos tolos ao fornecer ajuda a alguém que necessita. Por isto, se estivermos sozinhos nesta situação, não sentiremos o peso dos olhos julgadores de outros e teremos mais facilidade para ajudar.
      O que acontece nesse contagio de estagnação social? O quanto somos influenciados pela ação (ou pela não ação) de nossos vizinhos?